Entre 1930 e 1940 só havia no Brasil duas Escolas de Enfermagem: Ana Neri, no Rio de Janeiro, e Carlos Chagas, em Minas Gerais. No país inteiro os doentes eram cuidados por “atendentes práticas e práticos de enfermagem”. Como a profissão passava a errônea idéia de promiscuidade, muitas famílias não deixavam suas filhas estudar enfermagem.

Porém, os hospitais precisavam de pessoas especializadas. Graças a uma competição entre a Faculdade de Medicina da USP e a Escola Paulista de Medicina – EPM, a segunda anunciou que criaria uma Escola de Enfermagem primeiro que a USP. Começou então o trabalho duro pela procura de pessoas capacitadas para ensinar as práticas da saúde. O diretor da EPM, Prof. Álvaro Guimarães Filho, não conseguindo enfermeiras para fundar a escola, procurou o Arcebispo de São Paulo, D. José Gaspar d’Afonseca e Silva e pediu que este conseguisse Irmãs enfermeiras para assumir esse desafio.

O senhor Arcebispo confiou este encargo às Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, que tinham Irmãs enfermeiras formadas na França. Assim a Escola Paulista de Medicina conseguiu abrir a primeira Escola de Enfermagem de Curso Superior em São Paulo. Chamava-se “Escola de Enfermeiras do Hospital São Paulo”. A Escola foi aberta em 1939, com uma única aluna. E os docentes tiveram a coragem de dar aulas o ano inteiro, para esta única aluna.

Com o curso em funcionamento, Dom José foi mais uma vez procurado, agora para conseguir Irmãs alunas para o curso. Ele então convocou uma reunião com todas as Províncias do Estado de São Paulo e nesta reunião compareceram Madre Josefina da Anunciação Gex, Provincial das Irmãs de São José e sua Assistente, Madre Maria Jacinta da Silva.

Madre Josefina escolheu então quatro irmãs para fazerem o curso, uma delas Irmã Rosa Guedes.  Até 1943 a Madre continuou mandando Irmãs para a Escola, ainda que poucas. Nesse ritmo demoraria muito até que houvesse pessoas preparadas para trabalhar como enfermeiras. Começaram então os trabalhos para a criação de uma Escola de Enfermagem de Padrão Médio. Em 1945, graças aos esforços de Madre Domineuc (IMF) e Madre Josefina (ISJ) foi aberta a Escola de Auxiliares de Enfermagem São José, recebendo a primeira turma no dia 19 de março.

A Escola foi aberta no antigo Externato Santa Cecília, na Rua Martinico Prado, 85, vizinho da Santa Casa. A Madre Provincial solicitou ao Dr. Sinésio Amaral Pestana, Diretor Clínico da Instituição, autorização para as alunas fazerem estágio na Santa Casa. Ele aceitou contanto que a Província pagasse as funcionárias que deveriam trabalhar nessa Enfermaria-Escola que serviria de campo de estágio para as alunas.

O início foi difícil, pois eram apenas duas Irmãs enfermeiras responsáveis pela Escola: I. Maria Justina Abs e I. Maria São Geraldo (Rosa Guedes). Elas precisavam se alternar, inclusive de madrugada, para supervisionar as alunas durante as aulas e na enfermaria onde cuidavam dos doentes.

As enfermeiras religiosas e suas alunas passaram por muitas outras dificuldades além da falta de pessoas capacitadas para colaborar com o ensino. Muitas eram mal vistas por estarem sempre agitadas e andando rápido pelos corredores para dar conta de todo trabalho. Depois, a ABEN – Associação Brasileira de Enfermagem fazia grande oposição à Escola, pois não aceitava um curso de Padrão Médio quando estava se começando a profissionalização da Enfermagem com o Curso Superior. Os médicos não davam receitas por escrito para as enfermeiras, só verbais. Depois chegou à Santa Casa um mordomo que estava pondo em ordem o Hospital. Onde hoje é a entrada do Hospital Santa Isabel, havia um pequeno portão que facilitava o acesso das enfermeiras e alunas da Escola de Enfermagem São José que trabalhavam e faziam o estágio na Santa Casa. Este mordomo resolveu fechar a passagem, obrigando as enfermeiras a darem a volta no quarteirão todo de duas a quatro vezes por dia. O mordomo autorizou a passagem, contanto que a Me. Provincial pagasse para fazer o portão. Foi aceita a proposta e o portão ficou por “um conto de réis”.

Felizmente, após alguns meses de funcionamento da Escola os médicos começaram a gostar da nova Enfermagem reconhecendo a atuação das Irmãs. Faziam questão de internar todas as doentes mais graves na Enfermaria-Escola.  E quando a Administração da Santa Casa decidiu abrir um Banco de Sangue Centralizado, os médicos exigiram que fosse com as Irmãs da 2ª. Medicina de Mulheres.

No segundo semestre de 1946, com a boa reputação se espalhando, formaram-se mais duas Irmãs que foram enviadas uma para Santa Casa de Campinas e outra ficou na EESJ para montar a 3ª Medicina de Mulheres, ampliando o campo de estágio das alunas.

Ainda assim, havia uma dificuldade. O Curso não era aprovado pelo Ministério da Educação, por isso as alunas não tinham o Registro Oficial dos Certificados que recebiam. Em outubro de 1948 a escola foi fechada.

A situação se complicou, numa disputa pela Escola de Enfermagem entre a PUC e a Santa Casa de Misericórdia ambas de Campinas. Pela necessidade de formar enfermeiras rapidamente, foi acelerado o processo de aprovação do Curso. Com a influência de pessoas da Santa Casa no governo, bastaram poucos meses para o Curso de Enfermagem ser aprovado pelo ministério da Educação.

Assim, a Escola de Auxiliares de Enfermagem foi reaberta em 1950, com o Curso oficializado. A ABEN exigiu que as pessoas formadas no Curso de Auxiliares de Enfermagem fossem chamadas de “Auxiliares de Enfermagem” não aceitando “Enfermeiras Auxiliares” como se tinha proposto.

Em agosto de 1949, começou a funcionar a Escola de Enfermeiras Madre Maria Teodora (depois Faculdade de Enfermagem Madre Maria Teodora) da Universidade Católica de Campinas.

Atualmente a Escola de Enfermagem São José é mantida pela Associação SIPEB – Associação de Instrução Popular e Beneficência, entidade criada em 1911 pela Madre Maria Teodora Voiron para viabilizar os projetos das Irmãs de São José em São Paulo. O Curso Superior foi transferido para os Padres Camilianos. A EESJ oferece os cursos de Auxiliar de Enfermagem (módulo I) e Técnico em Enfermagem (módulo II) para jovens e adultos de todas as regiões de São Paulo. A parceria com a Santa Casa de Misericórdia existe até hoje, alunos e alunas da Escola podem fazer estágio neste Hospital ou em outros, também parceiros da escola, em outros bairros da cidade.

Associação SIPEB possui ainda mais 11 unidades de ensino e valorização do ser humano, além de projetos sociais na área da educação.

Formar profissionais competentes, empreendedores e comprometidos com a qualidade de vida dos seus clientes e da sociedade, através de metodologias inovadoras e da ação transformadora de educadores comprometidos com a qualidade.

Ser referência na formação de profissionais de saúde,  socialmente conscientes e  altamente qualificados.

  • Visão sistêmica
  • Pró atividade
  • Inovação
  • Responsabilidade social
  • Valorização do ser humano
  • Orientação para resultados
  • Aperfeiçoamento contínuo
  • Educação centrada na aprendizagem
  • Trabalho em equipe
  • Foco no cliente  e no mercado
  • Liderança transformadora e constância de propósitos